O que significa a passagem “o argueiro e a trave no olho”?
De forma direta, o ensinamento sobre o argueiro e a trave no olho, presente em Mateus 7:3-5, nos alerta sobre o hábito de apontar os erros e defeitos dos outros sem antes corrigirmos os nossos próprios. É um convite claro de Jesus à humildade e à autoanálise, para que não sejamos rápidos em julgar, mas diligentes em transformar a nós mesmos primeiro.
Por que tendemos a enxergar o defeito alheio e ignorar o nosso?
É quase instintivo: notamos facilmente um deslize do outro, mas somos cegos às nossas falhas. Esse comportamento, segundo o próprio texto evangélico e a análise espírita (cap. X, itens 9 e 10 de O Evangelho segundo o Espiritismo), tem raízes profundas no orgulho humano.
- O orgulho infla nosso ego, faz parecer que somos melhores e mais corretos do que realmente somos.
- Ao focarmos nos erros alheios, inconscientemente desviamos o olhar dos nossos próprios pontos a melhorar.
- Muitas vezes, criticar o próximo é uma forma de nos sentirmos superiores, o que revela vaidade disfarçada.
O orgulho como obstáculo à caridade
Kardec explica com clareza que o orgulho é a negação de muitas virtudes, justamente por ser o pai de diversos vícios. Uma pessoa orgulhosa tem dificuldade de praticar a verdadeira caridade, porque:
- Não consegue exaltar o bem alheio, por medo de ser ofuscada.
- Tem pouca indulgência para perdoar, porque se sente acima do outro.
- Vive presa à necessidade de reconhecimento e ao julgamento, ao invés de se doar com simplicidade.
Assim, a lição do argueiro e da trave é profundamente moral: mostra que quem julga sem olhar para si mesmo pratica uma falsa superioridade, que é contrária ao amor fraterno. Já a afabilidade e doçura, são manifestações sinceras da benevolência, frutos do amor ao próximo, me ajudou a entender melhor a lição do argueiro.
Como aplicar o ensinamento do argueiro e da trave no dia a dia?
Veja maneiras práticas de viver essa lição:
- Antes de apontar o erro de alguém, pergunte: “Será que eu também não ajo assim em outras situações?”
- Cultive o autoexame diário. Dedique um momento para refletir sobre seus pensamentos, falas e atitudes.
- Exercite a empatia. Tente se colocar no lugar do outro, para entender o contexto dos atos dele.
- Reduza críticas vazias. Prefira oferecer ajuda construtiva, se tiver algo a contribuir.
- Busque a modéstia. Reconheça suas próprias limitações e esteja disposto a evoluir.
Por que Jesus combateu tanto o orgulho?
Jesus, em várias passagens, fez questão de combater o orgulho — não por acaso, pois ele é o maior entrave ao progresso espiritual. O orgulhoso:
- Acredita ser dono da verdade.
- Dificilmente aceita conselhos ou correções.
- Sente-se humilhado ao reconhecer um erro, preferindo ignorá-lo.
Sem humildade, fica quase impossível desenvolver virtudes como paciência, compaixão, perdão e amor ao próximo.
Muitos acreditam que para viver uma vida espiritual plena é necessário se afastar do mundo, evitar prazeres cotidianos ou adotar uma postura rígida e severa em O Homem no Mundo: Reflexões Sobre a Vida Espiritual no Cotidiano encontramos ensinamentos valiosos para nosso discernimento no dia a dia.
Descubra ainda como trazer espiritualidade no dia a dia com práticas simples de meditação, oração e gratidão com Espiritualidade no Dia a Dia: Um Guia de Práticas para Corpo e Alma.
O argueiro e a trave sob a luz do espiritismo
O espiritismo amplia esse ensinamento ao mostrar que a vida material é uma oportunidade valiosa de aprendizado moral. Cada encarnação serve para polir nosso espírito, livrando-o de imperfeições.
Por isso:
- Antes de nos preocuparmos em “corrigir o mundo”, o essencial é corrigirmos a nós mesmos.
- Ao lapidar nosso caráter, ficamos naturalmente mais tolerantes, pacientes e amorosos com as falhas alheias.
- Evoluir moralmente é o único caminho seguro para a paz interior.
*Tire um momento de paz para se conectar consigo mesmo – Ouça aqui a linda mensagem sobre o tema
FAQ – Perguntas que Podem Surgir Sobre o Tema
1. O que é “argueiro” e o que é “trave” na Bíblia?
Na metáfora de Jesus, o argueiro é um pequeno cisco, algo quase insignificante, simbolizando os pequenos defeitos do outro. Já a trave é uma viga de madeira, enorme, simbolizando os grandes defeitos que temos, mas não enxergamos.
2. Julgar é sempre errado?
Julgar de forma precipitada, sem caridade e sem examinar a si mesmo primeiro, é o que Jesus reprova. Avaliar situações e ter discernimento é necessário; condenar o próximo, não.
3. Como vencer o orgulho?
Praticando a humildade, reconhecendo nossas fraquezas, aceitando críticas construtivas e cultivando o hábito de olhar para dentro antes de apontar fora.
Tirando primeiro a trave do próprio olho
A lição do argueiro e da trave nos desafia a sair do automático julgamento alheio para mergulhar no autoconhecimento. É um convite a sermos menos juízes e mais companheiros de jornada, lembrando que todos carregamos imperfeições a corrigir.
Quando temos coragem de olhar para dentro, descobrir nossos excessos e corrigi-los, fica muito mais fácil praticar a verdadeira caridade — aquela que é indulgente, paciente e não se orgulha de nada além do amor.
Portanto, que o ensino de Jesus ecoe diariamente: tira primeiro a trave do teu olho, e então verás claramente para tirar o argueiro do olho do teu irmão. Só assim construiremos relações mais leves, autênticas e cheias de propósito.
Artigo atualizado em 19 de setembro de 2025.
Sou professora de artes e administradora de formação. Publisher e criadora de conteúdos apaixonada por inspirar pessoas a viverem da própria arte, cultivarem bem-estar, conhecerem novos lugares e transformarem seus lares em refúgios de afeto e inspiração. Aqui compartilho DIY, decoração, cuidados com seu pet idoso, jardinagem, roteiros e sabores pelo mundo, cultura, reflexões do evangelho e mensagens que aquecem o coração — tudo com criatividade e propósito.
